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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Declarações cabíveis

Hoje dois grandes nomes do automobilismo, que tiveram passagens importantes pela Fórmula 1, deram declarações elegantes e dignas de serem reproduzidas neste blog. Refiro-me a Jacques Villeneuve, campeão mundial de 1997 e Eddie Jordan, que foi proprietário da antiga equipe Jordan, entre 1991 e 2004. Ambos falaram sobre, respectivamente, o atual campeão Sebastian Vettel e Nico Rosberg, companheiro de equipe de Michael Schumacher na Mercedes.

Primeiramente o piloto canadense falou para a revista francesa Auto Hebdo que o comportamento imaturo de Vettel é culpa da preferência da Red Bull pelo jovem piloto. "Ele é muito rápido, mas eu sinto que ele tem dificuldade para controlar suas emoções. Eu o vi apontando o dedo para os comissários na área de pits e achei difícil de compreender aquilo nesse nível [da F1]. Parecia mais uma criança pequena. Ele tem recebido o mesmo tratamento durante toda a sua carreira. Aos 14 anos ele já sabia que seria levado para a F1. Quando ele comete um erro, eles dizem 'não, você não fez nada de errado, está tudo bem.' Vamos ver como ele reage agora [que é campeão]. Hamilton foi um pouco assim no início, mas, depois do título, ele teve uma temporada ruim. Este ano, finalmente se tornou um homem."

Villeneuve também comentou sobre o episódio do GP da Turquia, quando Vettel, ao tentar ultrapassar seu companheiro de equipe, Mark Webber, acabou abandonando a corrida. "Vettel estupidamente tirou Webber, mas a equipe disse que a culpa foi do Webber. Vamos ver o que acontece - se ele vai ficar pior ou vai amadurecer. Se ele for campeão na direção de Hamilton, vai ganhar mais campeonatos. Caso o contrário, nunca vai aprender com seus erros", encerrou voltando a comparar o atual campeão com Lewis Hamilton, campeão de 2008.

Já o ex-proprietário e atual comentarista da BBC, Eddie Jordan, vê no piloto alemão Nico Rosberg, filho do campeão mundial de 1982, Keke Rosberg, potencial para ter o mesmo sucesso que seu pai. Jordan acredita que o potencial de Rosberg é suficiente para continuar superando o heptacampeão Michael Schumacher dentro da equipe Mercedes. "Rosberg pode se tornar o queridinho porque, se o carro era tão desagradável como Michael dizia, então você tem que dizer 'espere um pouco. Rosberg o bateu em praticamente tudo, na classificação, na técnica de corrida, em tudo aquilo que você esperaria que Michael Schumacher se destacasse'. Schumacher não fez isso e acho que Rosberg pode ser um campeão mundial. E a grande coisa com relação à sua situação é que ele tirou toda a pressão sobre si, certamente do ponto de vista da imprensa", afirmou ao site Tazio. Eddie Jordan crê que o retorno do heptacampeão tenha se dado por uma razão: ele voltou para ser o número um da Mercedes.

Na blogosfera só se reproduz alguma declaração quando se concorda com ela. As declarações de Jacques Villeneuve e Eddie Jordan são cabíveis, porque Sebastian Vettel foi imaturo no período que esteve na Fórmula 1 e foi acobertado pela Red Bull e porque aqui escreve mais um que sempre viu em Nico Rosberg um grande potencial para ser campeão mundial.

Notas de falecimento

> Morreu ontem, aos 64 anos, vítima de um câncer, o ex-proprietário de equipes, Tom Walkinshaw. Escocês de nascimento, Walkinshaw foi piloto de carros esportivos, mas teve sucesso como dono de uma empresa que prestava serviços de engenharia no automobilismo, a Tom Walkinshaw Racing (TWR). Através da empresa, comandou o programa da Jaguar no Mundial de Marcas, conquistando dois títulos e a vitória nas 24 horas de Le Mans por duas vezes.

Entrou na Fórmula 1 em 1991, quando foi convocado para ser diretor de engenharia da Benetton, além de ter levado à equipe o engenheiro Ross Brawn, que também trabalhava na TWR e tido alguma participação na contratação de Michael Schumacher. Comprou a parte de Flavio Briatore na equipe Ligier, mas foi pela Arrows que virou, definitivamente, proprietário de equipe. O time correu de 1997 a 2002, quando faliu junto com a empresa TWR. Conhecido por suas manias, Tom Walkinshaw teve sua parcela de contribuição ao automobilismo mundial.

> Faleceu hoje o ex-piloto de F1, que correu na década de 1950, Jacques Swaters, enquanto dormia em sua casa em Bruxelas, na Bélgica. Tendo disputado sete provas de Fórmula 1 entre 1951 e 1954, o belga tinha 84 anos. Seu melhor resultado foi a sétima colocação no GP da Alemanha de 1953.

Jacques foi um dos fundadores e diretores da Ecurie Francorchamps, equipe que esteve presente na categoria entre as décadas de 50 e 60 e que existiu até 1982. Todas as corridas disputadas por Swaters foram por sua própria escuderia.

"Hipocrisia ridícula"

Não é nada admirável que o chefe da Ferrari, equipe da qual talvez tenham saído as ordens de equipe mais descaradas de toda a história da Fórmula 1, tenha elogiado a ação da FIA de mudar o artigo que proibia o ato, que sempre causa tanta polêmica. Stefano Domenicali é o sucessor de Jean Todt, o francês que agora é o presidente da Federação Internacional de Automobilismo, mas que em 2002 mandou Rubens Barrichello deixar a vitória em prol de seu companheiro de equipe, Michael Schumacher.

O chefe (Domenicali) da equipe de Maranello disse que a regra que proibia as ordens de equipe era uma "hipocrisia ridícula". Para este blogueiro a proibição das ordens de equipe podia até ser uma hipocrisia ridícula, visto que a Fórmula 1 sempre foi um esporte onde a atuação das equipes tem valor importante, quando a maioria delas preocupa-se mais com o Campeonato de Construtores do que com o de Pilotos. Mas, convenhamos, o que a Ferrari sempre fez, dando ordens para um piloto dar passagem a outro na metade de um campeonato, serviu apenas para diminuir a credibilidade da categoria máxima do automobilismo.

Imagem (Getty Images): Stefano Domenicali (E) e Christian Horner (D), chefe da equipe Red Bull. De um lado a equipe que mais se envolveu em polêmicas ligadas às ordens de equipe, do outro, a atual campeã da Fórmula 1, que rejeita tal prática.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Mudanças na Fórmula 1: polêmica e meio ambiente

Foram aprovadas hoje pelo Conselho Mundial da Federação Internacional de Automobilismo algumas alterações para as próximas temporadas da Fórmula 1. Entre as principais alterações está a liberação das ordens de equipe em 2011, que foram proibidas após a polêmica do Grande Prêmio da Áustria de 2002, mas que voltaram à tona na corrida da Alemanha de 2010.

A FIA aprovou, além das ordens, a volta dos motores turbo quatro cilindros, de 1,6L, que aumentam em até 50% a eficiência do consumo de combustível. Os motores "ecológicos" começarão a ser utilizados apenas em 2013. A categoria também visa liberar o uso de biocombustíveis a partir de 2012 e a comunicação dos pilotos com suas equipes via rádio será liberada integralmente para as transmissões de TV.

Já para 2011, os pilotos terão a possibilidade de ajustar a asa traseira de dentro do cockpit, para facilitar ultrapassagens, além do aumento de corridas feitas com a mesma unidade de câmbio, de quatro para cinco durante a temporada. Outra mudança é a autorização ao diretor de prova, que, em caso de entrada do Safety Car, poderá fechar o pitlane.

Para não terminar sem levantar polêmica sobre as ordens de equipe, é provável que muitos fãs da Fórmula 1 vejam com maus olhos a decisão da FIA de permiti-las. Eu particularmente sou contra, mas o problema não são as ordens, elas podem acontecer, mas as equipes vão ter de saber o momento de utilizá-las para não mancharem a imagem do esporte.

Imagem(AFP): Fernando Alonso comemora com Felipe Massa a vitória do GP da Alemanha de 2010, após o brasileiro ceder a posição a seu companheiro de equipe.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Um mundo difícil de se entender

Ontem o Grupo Lotus, que pertence à empresa malaia Proton, anunciou a compra das últimas ações da montadora de carros francesa Renault em sua equipe na Fórmula 1. Com a compra o nome do time passará a ser Lotus Renault GP em 2011. Porém, ao contrário do que parece, a notícia não soou tão bem para alguns indivíduos que fazem parte do circo da categoria máxima do automobilismo. É o caso de Tony Fernandes, dono da equipe Lotus Racing, que correu sendo assim chamada em 2010.

O porquê é simples: Fernandes briga na justiça com o Grupo Lotus pelo uso do nome da equipe, e inclusive pelo uso da pintura que o time francês apresentou (imagem: divulgação), alegando que comprou o nome. Mas em que essa briga interessa ao fã, torcedor, que acompanha a Fórmula 1? De fato, em nada, mas para as equipes ter um nome de prestígio, que fez muito sucesso no passado, atrai investimentos e é uma grande jogada de marketing - e essa é a palavra que move a categoria.

Caso ocorra de Tony Fernandes perder o nome na justiça, sua equipe passará a ser chamada de 1Malaysia (One Malaysia), o que para mim, ou para você, não vai fazer a menor diferença. Afinal, o que interessa na Fórmula 1, para nós, é a velocidade, a briga por vitórias, o esporte em si. Do outro lado, a vontade de permanência na categoria é grande, já que o Grupo Lotus pretende no futuro comprar todas as ações na equipe francesa (o restante é do grupo de investimentos luxemburguês, Genii). Se Fernandes vencer, teremos duas equipes Lotus: o Team Lotus, dele próprio e a Lotus Renault GP, do grupo de onde vem o nome.

A Fórmula 1 é um mundo difícil de se entender, em se tratando de patrocínios e investidores e sua relação com o lado técnico. No mais, só o que pode ser feito pelos fãs do automobilismo é aguardar e ver até onde a briga pelo nome Lotus vai ser levada (porque na pista é difícil de imaginá-la).

P.S.: Fiquei ausente por vários meses, mas espero estar de volta, firmemente.